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15 julho 2011

Resposta do Dr. Hugo Sabatino ao Cremerj - 2009

Resposta do Dr. Hugo Sabatino ao polêmico artigo ARTIGO “CESARIANA: A Polêmica das Taxas”, escrito por Raphael da Câmara Medeiros Parente (Médico do Ministério da Saúde - HSE; Doutor em Ginecologia - UNIFESP; Mestre em Epidemiologia - UERJ) e publicado no Jornal do CREMERJ - ABRIL 2009 - páginas 8 e 9.

"Atualmente, há uma forte campanha governamental a favor da humanização do parto e do parto vaginal. "

RESPOSTA
Esta informação é no mínimo incompleta e tendenciosa, já que as intervenções do governo Brasileiro para redução da cesárea começaram em 1979 com o pagamento igual de honorários médicos no parto vaginal e de cesárea do INAMPS. Continuando nos anos subseqüentes até nossos dias, pelo tanto esta campanha está cumprindo 30 anos, intensificada na era do atual Governador José Serra, quando ele era ministro da Saúde.

"Este conceito de humanização, há muito distorcido, é usado para retirar substancialmente o médico do atendimento obstétrico. Para isto, são divulgadas informações erradas e levianas de que os médicos são menos “humanizados“ que outros profissionais de saúde, que são os únicos responsáveis por altas taxas de cesariana com o objetivo único de preservar sua rotina e aumentar seus ganhos e que não respeitam a autonomia e o desejo das mulheres pelo parto vaginal. Vem sendo dito, inclusive, que o médico não sabe mais realizar um parto vaginal, dando a entender que esta capacidade somente é dominada pelas parteiras, enfermeiros, obstetrizes etc."

RESPOSTA:
De fato o conceito de humanização é frequentemente interpretado em forma distorcida, inclusive pelo responsável deste documento, ao qual estou respondendo. Em várias publicações de nosso grupo na Universidade de Campinas, temos identificado, em casos de baixo risco, os seguintes pilares da Humanização: A) Respeito aos processos fisiológicos da Gestação, parto, puerpério e amamentação materna; B) Participação multiprofissional e interdisciplinares; e C) Respeito as costumes regionais e individuais do casal . Sem a presença destes três pilares não pode ser considerada a atenção ao nascimento de baixo risco, como humana. O problema é complexo porém bem claro para não abrir mão destes pilares. Realizar a finalização de uma gestação de baixo risco, mediante uma cesárea, sem causa médica que a justifique, ainda que esta seja a pedido da gestante (as indicações médicas estão identificadas claramente em todos os livros da especialidade), é uma conduta médica que não respeita os processos fisiológicos do trabalho de parto, parto e nascimento, por este motivo o procedimento cirúrgico realizado de forma desnecessária, deixa de ser um procedimento natural, humano ou fisiológico. Esta situação está bem explicada em todos os livros de texto da especialidade. Aquele profissional que não respeita este principio se coloca por em cima de este processo normal natural (humano), tentando com esta atitude superar este processo fisiológico, delicado, e bastante complexo que envolve qualidade de vida de duas pessoas e de uma família, Seria como pretender modificar fenômenos naturais como a saída do sol ou de um entardecer. O que podemos sim é participar ou assistir a esses fenômenos para sua contemplação com uma boa companhia, porém o que não podemos, ainda que sejamos profissionais competentes e inteligentes de ser capaz e melhorar esse processo. Em relação a querer melhorar o fenômeno do nascimento através de uma cesárea estou colocando a foto e comentário a este respeito, do eminente e respeitado Prof. Dr. Bussâmara Neme, matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo do dia 15 de Fevereiro deste ano. Pelo tanto aqueles médicos que realizam este procedimentos seguramente são menos humanos que aqueles que respeitam o processo fisiológico do nascimento em casos normais, e esta não é uma definição leviana e sim fundamentada na fisiologia do processo. O prestigioso pesquisador Holandês Pieter Eric Treffers (1996), na Guia de Maternidade Segura da OMS, nos informa que: “A Obstetrícia deve acompanhar a fisiologia. Intervenções cirúrgicas devem prevenir ou corrigir patologias e não aperfeiçoar a fisiologia”. Por outro lado todos os livros de cirurgia colocam a operação cesáreas como sendo “cirurgia de alto risco”, devido a que o cirurgião deve invadir o peritônio, aumentando com isto os riscos durante e após a cirurgia, sendo que no caso das cesáreas este risco se estende também a próximas gestações como o demonstram os estudos de Clark (1985). Fig. 2 Estes dados demonstram claramente que desde o ponto de vista dos riscos as mulheres que são submetidas a cesáreas desnecessárias estarão sendo colocadas (sem causa) em próximas gestações a riscos que aumentam significativamente a padecer de um acretismo placentário, o que pode de fato ser muito difícil de corrigir, colocando a vida da mulher em um grupo de maior chance de morte (lamentavelmente esta informação não e transmitida as mulheres que solicitam cesáreas desnecessárias). Esta atitude de sonegar informação esta em conflito com o juramento Hipocratico que diz “Primeiro não fazer dano” (Primum non noccere).

"Para solucionar este problema, foi criado pela USP um curso de obstetrícia. Vocês leram bem: um curso de obstetrícia! Após quatro anos, o formando está apto a fazer partos vaginais. Este curso não tem nada a ver com a enfermagem. A primeira turma forma-se neste ano de 2008. O curso está vinculado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Espera-se com isto resolver a falta de formação médica para o parto vaginal.
Não se deixem enganar! Tudo isto somente é difundido, e muito eficazmente, com o intuito de diminuir custos para os gestores e para favorecer determinadas categorias profissionais que vêm cada vez mais tentando tomar espaço dos médicos.
Louve-se o trabalho que vem sendo realizado pelo Professor Ricardo Oliveira, Conselheiro do CREMERJ, que mobilizou obstetras da FEBRASGO e que agora tem enfrentado a questão junto ao CFM, ANS e MS.
O grande problema é que os médicos, durante muito tempo, deitaram em “berço esplêndido”, achando que nada aconteceria com eles e permitiram que vários argumentos infundados passassem a ter status de verdade absoluta, tornando atualmente a defesa deles como politicamente incorreta. Ou tomamos uma atitude agora ou não demorará o dia em que o médico será proibido de realizar um parto vaginal, restando para ele tão somente a cesariana de emergência e todas as suas implicações legais."

RESPOSTA:
Estes conceitos eminentemente protecionistas da profissão, não tem nada a ver do que realmente é melhor para a Mãe e seu Filho independentemente de quem atende o parto.
Por outro lado podemos concluir que aquele médico que tem medo de ser substituído por uma parteira, mereceria ser substituído, já que para humanizar o atendimento ao parto assinalamos que deve ser multidiciplinario, e trabalhar em equipe para o bem do binômio mãe - filho.
A forma de o médico trabalhar em conjunto ou em parceria com as parteiras e realizada na maioria dos países que tem formas de atendimentos a população com grande benefícios tanto para a Mãe, seu filho e a própria sociedade (tenho em meu poder uma extensa bibliografia que certifica esta afirmação e a coloco a disposição, incluindo o último livro eletrônico publicado em 2007 sobre atenção ao nascimento de baixo risco).

"A primeira questão que deve ser combatida refere-se aos supostos malefícios da cesariana. Baseado nisto é que as políticas de saúde combatem o médico. Ele passa a ser o vilão do sistema por ser o único que pode realizar a cesariana. Se houver uma desqualificação da cesariana, torna-se mais fácil desqualificar o médico. Para este objetivo, “armam-se” de dados e de estudos enviesados e, principalmente, de informações falsas. Cometem a maior leviandade que é a de associar a mortalidade materna com altas taxas de cesariana, dando a entender mais uma vez que o médico é o responsável pelas mortes de nossas mulheres."

RESPOSTA:
A prática de cesárea com diagnostico médico correto, é uma das formas mais efetivas e humanas de poupar vidas maternas e perinatais, existem um numero grande de trabalhos que o demonstram. Este aspecto do atendimento em casos de risco tanto para a mãe como para o seu filho não entra em esta discussão (existe abundante bibliografia ao respeito). O que este documento mais uma vez trata de confundir, misturando as cesáreas realizadas com indicação médica (com risco) com as cesáreas sem indicação médica (sem risco ou desnecessárias). Existem dados que mostram que uma mulher com cesárea desnecessária tem sete vezes mais risco de morrer quando comparada a partos vaginais. E tem aproximadamente 35 vezes mais chance de ter uma complicação durante, após a cesárea e em partos subseqüentes. (os trabalhos que certificam, estes dados estão em meu poder).
Acaba de sair uma publicação aonde se demonstram aumento da incidência de complicações de endometriosse após a realização de cesáreas bem sucedidas.
Por outro lado este senhor não coloca trabalhos que certifiquem o contrario, ou seja que mostrem as verdadeira vantagem (que não sejam econômicas) para a mãe e seu filho quando a finalização da gestação e realizada a través de uma cesárea desnecessária.

"Mortalidade materna não tem nada a ver com taxas de cesariana e sim com condições de saúde que faltam no nosso país por recursos insuficientes e pela corrupção endêmica. Entidades governamentais, em sua campanha pela redução de cesarianas ditas desnecessárias, relatam dados que são absolutamente enviesados e manipulados, dando a entender que a cesariana é muito mais perigosa que o parto vaginal. Isto não é verdade."

RESPOSTA:
Neste ponto novamente o citado Sr. trata de confundir com comentários tendenciosos ao misturar políticas de saúde com aumento das complicações das cesáreas desnecessárias que se realizam numa classe social privilegiada, aumentando com isto custos de atenção que poderiam ser utilizados para melhorar essa políticas de saúde em classes sociais menos privilegiadas.
Temos dados científicos (estão em meu poder), realizados por pesquisadores de renome e por Instituições internacionais (OMS) que demonstram a associação maior de mortes materna em casos de cesáreas desnecessárias, ignorar estes dados e no mínimo irresponsabilidade profissional.

"Como exemplo, temos que foi divulgado que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios que aqueles que nascem com 40 semanas. Além de não ser dada a fonte deste número absurdo, deixa-se entender que a cesariana é a responsável por isto e não o motivo que levou à cesariana.
Repete-se à exaustão que o parto vaginal é mais seguro para a mãe e o bebê, só que não há evidências indubitáveis disto. A questão passou a ser tão complexa que, só em discordar desta afirmação, o médico torna-se politicamente incorreto. Relata-se que hemorragia e infecções no pós-parto são mais comuns na cesariana e alguns estudos mostram exatamente o contrário. Provavelmente, alguns, ao lerem esta informação, vão até se espantar, mas isto é resultado desta desinformação que vários setores vêm realizando de forma sistemática."

RESPOSTA:
Este senhor dá informações sem citar as fontes, motivo pelo qual não é possível manter um dialogo científico e sim uma mera transmissão de informações supostamente favorecedoras de uma conduta no mínimo anti-natural. Por outro lado podemos apresentar inúmeros trabalhos que mostram os malefícios de cirurgias mal sucedidas em casos de gestações de baixo risco, porem não temos trabalhos que nos mostrem o contrario, ou seja os benefícios (que não sejam econômicos) de cesáreas desnecessárias.
Não é verdade que as cesáreas tem menos infecções e menos hemorragias. Em casos das infecções lembrar que o cirurgião de uma operação cesárea, tem que invadir peritoneo (membrana que protege ao organismo exatamente desta possibilidade), situação que esta preservada em um parto natural.

"O governo reiteradamente afirma que outra causa destas altas taxas de cesariana ocorre por comodidade dos médicos e por estes convencerem as gestantes a realizarem a cesariana. Sem dúvida, podemos afirmar que vários destes fatos ocorrem por causa dos formuladores de políticas de saúde não terem qualquer trato com a realidade obstétrica, mas sim somente com estudos e com metas a serem traçadas. Prova disto é a total falta de importância a duas grandes questões que bastante influenciam as altas taxas de cesariana: processos judiciais, o que leva a uma medicina defensiva, e a violência das grandes cidades que leva a um temor de assistência a partos no turno da noite. Ao mesmo tempo, esquecem ou não sabem que várias das cesarianas são solicitadas (quando não exigidas sob violência) por gestantes e/ou familiares. Somado a todos estes fatores, temos ainda a superlotação dos hospitais com impossibilidade de correto acompanhamento dos partos pela falta de profissionais."

RESPOSTA:
Aquele profissional que coloca em risco a seguridade de seu paciente com medo de uma ação judicial o por medo de sair de noite, não deveria exercer a profissão de parteiro e sim de uma profissão que ofereça a segurança que ele pretende. Deixando para profissionais preparado(a)s, que realizem o atendimento do nascimento com segurança, sem necessidade de cirurgias perigosas.

"A meta da OMS de 15% de cesarianas é citada constantemente por todos os gestores e propagadores do parto vaginal, mas não dizem que ela foi traçada há mais de 20 anos baseada em taxas de países com baixa mortalidade materna. Se fosse traçada baseada nos mesmos parâmetros, atualmente, seria maior.
Esta meta foi traçada em 1985, na ensolarada Fortaleza, belíssima capital do Ceará, por cerca de 50 pessoas que incluíam enfermeiras, parteiras, obstetras, pediatras, epidemiologistas, sociólogos, psicólogos, economistas, administradores de saúde, mães, donas de casa, etc. Baseados, exclusivamente, no fato de que os países da época que tinham as menores razões de mortalidade materna terem taxas de cesariana próximas a 10%, arbitraram que nenhum país deveria ter taxa maior que 15%. E desde então, esta taxa é propagada aos quatro cantos, esquecendo-se que, atualmente, todos os países tiveram aumento em suas taxas de cesariana, não havendo mais praticamente nenhum dentre aqueles que têm as menores taxas de mortalidade que atinjam estes valores. Sabe-se que populações de alto risco necessitam de taxas maiores, mas isto não é levado em conta.
Estudo recente, que dá uma luz nesta questão, avaliou taxas de cesariana de 119 países dividindo-os por baixa, média e alta renda. Demonstrou que entre aqueles de baixa renda, quanto menos cesariana, pior a mortalidade neonatal, e entre aqueles de alta renda, quanto mais cesariana, menor a mortalidade neonatal (Althabe et al., 2006). Os resultados foram estatisticamente significativos."

RESPOSTA:
Esta associação realizada em forma simplista, mais uma vez trata de confundir, já que a mortalidade tanto materna como perinatal esta associada a um numero grande de variáveis e não somente a incidência de cesáreas, principalmente em classes sociais menos privilegiadas. Mesma situação em classes privilegiadas aonde historicamente as complicações são menores não pela realização de cesáreas e sim pela condição social. Estudos apresentados no Simpósio Internacional sobre Cesáreas realizado em Campinas em 2002 deixam claro esta situação com demonstração em vários trabalhos da associação de aumento de cesáreas e aumento de risco materno e perinatal.

"O mesmo ocorreu em relação à mortalidade materna nos países de baixa renda. Nos de média e alta renda, não foi encontrada nenhuma associação. Este estudo, se bem analisado, sugere que estas taxas atuais que os governos propagam podem não ser as mais adequadas. No mínimo, necessita-se de uma nova discussão sobre este tema."

RESPOSTA:
Este senhor ignora que nos anos 1982 e 2002 foram realizadas na Cidade de Campinas (SP) dois Simpósios Internacionais para tratar destes temas aonde foram referendadas as cifras de incidência de cesáreas as taxas de mortes maternas e as complicações das mesmas em casos de cesáreas de baixo risco, estas conclusões estão em meu poder e as coloco a disposição.

"Questão que, para nós brasileiros, não pode ser desprezada é a heterogeneidade de nosso país que engloba áreas compatíveis com as mais desenvolvidas do mundo e outras similares aos países mais pobres do planeta.
Casas de parto são tratadas como solução dos problemas para redução de cesarianas e da mortalidade materna. Tentam passar a idéia de que elas são muito seguras, o atendimento é humanizado, já que não é realizado por médicos, e as vontades da gestante são atendidas, como a presença de um acompanhante. O que não dizem é que quase não há partos nelas, há presença de vários profissionais para cada gestante e que, mesmo assim, pelas não são seguras.
Não há estudo que ateste a segurança das casas de parto. Mais grave que isto é o movimento crescente a favor do parto domiciliar. Como grande vantagem deste sistema de parto, temos o gasto nulo para o governo. Obviamente, que isto em tese, porque as complicações desta política terão que ser arcadas no futuro. A grande questão é que o evento mortalidade materna é raro e compensa para o gestor assumir o risco."

RESPOSTA:
Novamente estamos frente a informação tendenciosa e com conhecimento incompleto sobre o tema. As casas de partos apresentam cifras de atenção ao parto e segurança satisfatórias, a não presencia do médico se deve a proibição de Instituições corporativistas. Este senhor ignora os trabalhos do eminente Obstetra já falecido Prof. Galba Araújo, com cifras de mortalidade materna e perinatal menores as obtidas no Estado de Ceara, com atendimento de partos simplificado e por parteiras tradicionais. Caso se interesse por este magnífico trabalho que percorre o mundo a través da Fundação Kellog, encontra se no livro Medicina Perinatal da editora da Unicamp de Campinas (SP).
Por outro lado um 15% dos partos realizados em Brasil são atendidos por parteiras tradicionais em locais de difícil aceso e em regiões aonde não existe atenção médica institucional.

"O objetivo deste texto é mostrar dados que estão sendo divulgados erroneamente pelos defensores da gradativa retirada do médico da assistência obstétrica, usando para isto a necessidade da queda das taxas de cesariana, e mostrar evidências contrárias ao que é divulgado para o início de um debate não maniqueísta em que o médico não seja o vilão. Por outro lado, temos que defender o direito daquela gestante que deseja o parto vaginal, tê-lo com a máxima segurança, caso possível. Para isto, o foco não deve ser a redução de custos (embora em saúde o custo seja um importante fator que não se pode deixar de levar em conta), mas sim o de realizar o acompanhamento do trabalho de parto e o parto vaginal com segurança.
Indefensável neste ponto é o fato de vários colegas médicos “inventarem” diagnósticos para realizarem a cesariana. Sabemos que isto ocorre por impossibilidade de se escrever o real motivo que seria o pedido materno. Portanto, esforços devem ser feitos para legalizar a entidade da cesariana por pedido materno."

RESPOSTA:
Estas manifestações são tendenciosas, arbitrarias e inverídicas já que existem enumeráveis casos de mulheres grávidas sem risco que procuram cada vez mais locais e médicos ou mesmo parteiras que tem como norma o parto natural, devido a que seus médicos falam abertamente que não realizam esse tipo de atendimento e sim propõem abertamente uma cesárea desnecessária. Para confirmar estes argumento e possível acessar os links na internet que tratam destes temas tanto no Brasil como no mundo todo.

"Como comprovação do que escrevemos, gostaríamos de apresentar alguns trechos extraídos do livro da Agência Nacional de Saúde (ANS) lançado em 2008: “O modelo de atenção obstétrica no setor de saúde suplementar no Brasil: cenários e perspectivas”. Este livro aborda vários aspectos da assistência obstétrica com o claro objetivo de alavancar o parto vaginal, usando-se de estudos vários de conceituadas revistas científicas. O grande problema é que a análise dos resultados é, muitas vezes, feita de forma equivocada, levando o leitor a falsas interpretações:
• ...assim os médicos se opuseram à intervenção das parteiras, alegando ser a gravidez uma doença que requer o tratamento de um verdadeiro médico.
• Estabelece-se então um modelo médico de assistência à gestação e ao parto que trata o corpo da mulher como uma máquina defeituosa, baseado numa série de crenças, idéias e maneiras de pensar próprias de toda uma categoria de profissionais, constituindo o que poderíamos chamar de modelo médico de saúde.
• Os serviços de obstetrícia submetem as mulheres a uma série de rotinas que constituem um rito de passagem para a maternidade: separação das pessoas “normais” que continuam suas vidas fora do hospital, ficar a cargo de instâncias que estão fora de seu controle, realização de investigação e exames que envolvem a exploração de suas partes mais íntimas por homens desconhecidos e sujeição a métodos inquietantes e muitas vezes dolorosos os quais ela não deve recusar porque são feitos “para o bem do bebê”. Somente após estes ritos de isolamento e humilhação, a sociedade a reabilita como mãe. • O incremento da cesariana é claramente responsável pelos péssimos resultados obstétricos.
• “Se quisermos mudar a humanidade, temos que mudar a forma de nascermos”.

Estes trechos são emblemáticos e mostra muito bem como a questão do parto está sendo tratada. Com argumentos sofistas, falsas evidências e manipulação de resultados científicos. Nós, médicos, devemos nos preocupar em assistir ao parto e a oferecer o que há de mais seguro na manutenção da saúde integral da mulher: o direito de ser atendida no momento mais belo de sua vida por pessoas qualificadas para este momento tão sublime, com todo o carinho e atenção, mas também preparadas para resolver qualquer intercorrência que pode tirar dela, inclusive, a vida."

RESPOSTA:
Esta última frase do autor coloca em evidência todo o referido anteriormente, já que o médico deve estar preparado para corrigir “intercorrências” e não para realizar condutas que a podem aumentar como é o caso de realizar sem causa médica, cirurgias de alta complexidade e passíveis de provocar inúmeras complicações.
Podemos concluir que o parto por via vaginal em gestações de baixo risco e o mais seguro (não existem evidencia científicas do contrario) e que as cesáreas desnecessárias devem ser evitadas por vários motivos algum deles estão colocados resumidamente a continuação:
• MAIOR MORTALIDADE MATERNA
• MAIOR MORBIDADE DURANTE E APÓS O PARTO
• MAIOR RISCO EM GESTAÇÕES POSTERIORES
• MAIOR MOLESTIAS PÓS OPERATÓRIA
• RECUPERAÇÃO MAIS LENTA QUE O PARTO VAGINAL
• AMAMENTAÇÃO RETARDADA
• ANTECEDENTES OBSTETRICOS DESFAVORAVEIS
• MAIOR COSTOS

CONCLUSÃO:
1.- A Obstetrícia assiste a dois pacientes, e um deles não pode manifestar seus desejos
2.- Não temos evidência de que a cesárea seja mais segura que o parto vaginal.
3.- Os riscos das cesáreas estão muito diminuídos e não devemos duvidar em recorrer a ela si fosse necessário
4.- Porem não parece lícito recorrer a ela sem indicação contrariando as leis da fisiologia
5.- Como se justifica se surge um problema no caso de cesárea sem indicação médica?
6.- Somente uma correta informação servirá para esclarecer as duvidas.

Para certificar estas conclusões estamos colocando frases celebres colocadas por pesquisadores de ambos sexos que tense destacado sobre este tema:

MARSDEM WAGNER
“A CESAREA DESNECESSÁREA É O SIMBOLO DA DESHUMANIZAÇÃO DO PARTO”

MIRANDA DODWELL
“SE FAZEMOS ACREDITAR AS MULHERES QUE A CESÁREAS É MAIS SEGURA, CERTAMENTA A PEDIRÃO”

SUSAN BEWLEY
“AS MULHERES TEM LOGRADO, NA ÚLTIMA CENTURIA, IMPRESIONANTES ÉXITOS HACIA SUA INDEPENDENCIA, POREM TEM PERDIDO CONFIANÇA NO SEU CORPO. E SEUS TEMORES CONDUCEM A CESÁREAS ELETIVAS, QUE CERTAMENTE NÃO E A SOLUÇÃO ADEQUADA”

ESTHER VILELA
“DEVEMOS TRANSFORMAR A RELAÇÃO DO PODER EM RELAÇÃO SOLIDARIA”

Para finalizar concluímos estas respostas com as seguintes afirmações:
“DEVEMOS TRANSFORMAR AS AMBIÇÕES DO METODO DE PARTO CONVENCIONAL, O PESADELO DAS CESÁREAS DESNECESÁRIAS. EM UMA REALIDADE DO PARTO HUMANIZADO”

Para maiores informações sobre as vantagens do parto natural ver Trabalho ganhador do premio da ABRAMGE em 2007 e do livro: Atención al Nacimiento Humanizado – Basado en Evidencias Científicas Campinas (SP), 2007 (em Espanhol)

Dr. Hugo Sabatino

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